Olá, tudo bem?
Quando estudamos artigos e livros de educação ambiental, muitas vezes lemos que as atividades devem ser contínuas, processuais, que envolvam o público participante desde o planejamento da atividade até a sua avaliação.
Mas quando enfrentamos a realidade, dificilmente encontramos as condições ideais para praticar todos esses processos. Em muitos contextos, as atividades pontuais com poucas horas de contato com o público são as únicas possíveis.
Mas aí fica a pergunta: seria possível realizar atividades de educação ambiental transformadoras em tão pouco tempo? O que você acha?
Por aqui nós achamos que sim! O ideal seria que sempre pudéssemos realizar processos educativos contínuos, com muitos encontros com as pessoas envolvidas. Mas se isso for inviável, não deixaremos de buscar a transformação nas ações pontuais.
Nós acreditamos que o principal aspecto que fará toda a diferença nesses casos é o cuidado com a MEDIAÇÃO. Ou seja, a forma como nós, educadoras e educadores, interagimos com o público.
O diálogo, a participação, a ética, o aprendizado pela experiência, a valorização de diferentes saberes e a diversidade são princípios que pautam uma mediação transformadora. Ela possibilita a interação entre as pessoas e proporciona experiências engajadoras, cheias de aprendizado e inesquecíveis. Mesmo que aquele momento seja curto e único.
Por isso, vamos compartilhar aqui algumas ideias que têm nos ajudado a buscar maior coerência entre a teoria e a prática da educação ambiental em nossas interações com o público. Esperamos que elas também possam ajudar você a refletir sobre a maneira como tem realizado a mediação e que possa mudar para melhor sempre que achar necessário.
- Perguntas de verdade: para incentivar a participação, fazer perguntas que você não sabe a resposta vai fazer toda a diferença para criar um clima de diálogo.
- Esperar e repercutir respostas: aguardar aquele momento de silêncio que vem após uma pergunta pode dar coragem para alguém se manifestar. As pessoas devem ter tempo para pensar. E quando vem uma resposta, é preciso valorizar e repercutir o que foi respondido.
- Compartilhar experiências: quando você conta suas próprias histórias, você se aproxima do público participante e traz uma abordagem mais integrada, transdisciplinar e real para o conteúdo apresentado.
- Cooperação no lugar de competição: jogos e brincadeiras sempre são estimulantes para o público. Mas você já parou para pensar se está incentivando a competição entre as pessoas? Analisar as atividades propostas e buscar uma forma de torná-las cooperativas ao invés de competitivas é um caminho possível e mais coerente com e educação ambiental transformadora.
- Aprender pela experiência: as pessoas aprendem com o corpo em interação com os outros elementos do mundo. Mas é preciso abrir espaço para essa experiência. Não é necessário nem conveniente que você fale o tempo todo em uma ação educativa. Momentos reservados para o silêncio, a observação ou a meditação podem ajudar nesse processo.
- Uso dos sentidos: atividades simples que valorizam todos os sentidos para percebermos o mundo trazem momentos de aprendizagem menos racionais para a prática educativa. Diferentes texturas, cheiros, sons, cores e sabores ajudam a trabalhar com os valores mais íntimos dos seres humanos.
- Valorizar todos os saberes: quando há abertura para o diálogo, diferentes tipos de saberes surgem. É preciso considerar que há várias formas de entender a realidade e não apenas a do conhecimento científico.
- Valorizar a diversidade: a diversidade humana é uma fonte inesgotável de aprendizado. Por isso, é importante apresentar diferentes pontos de vista, vivências e histórias durante as atividades educativas.
Esperamos que essas ideias possam contribuir na sua forma de interagir com as pessoas que participam das ações de educação ambiental. Nossa proposta é que você experimente algumas delas e observe os resultados. Nós acreditamos que farão muita diferença para você realizar uma educação ambiental de qualidade e transformadora, mesmo em atividades pontuais.
TEORIA EM PRÁTICA
Se você se interessou por este tema, que tal dar uma olhada no nosso curso online COMO?! Lá nós detalhamos cada uma destas ideias e ajudamos educadoras e educadores a colocarem a teoria em prática na educação ambiental.
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