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Mayla Valenti

O papel da educação ambiental no mundo depois da pandemia

Atualizado: 13 de ago. de 2020

Olá, tudo bem?


Você já deve ter ouvido ou lido em vários lugares que o mundo não será o mesmo depois da pandemia. Nós temos nos perguntado que mundo será esse. Que mudanças realmente ocorrerão depois de passarmos por essa crise tão triste e globalizada? Às vezes temos muita esperança de que será mesmo um mundo melhor, mais solidário, mais sustentável. Às vezes duvidamos um pouco.


Nós podemos fazer um exercício de pensar como queremos que esse mundo seja daqui para frente. Como você acha que deve ser a economia? E o consumo? O trabalho? Como você acha que as cidades devem se organizar? Como será a produção de alimentos? Como protegeremos a biodiversidade? De que maneira nos relacionaremos com a natureza não humana? E entre nós, humanos, como será nossa interação? E o futuro da educação? E o da educação ambiental?


Se você já atua na área, já deve ter refletido sobre esses temas e provavelmente tem várias ideias de como o nosso futuro poderia ser mais justo e sustentável. Talvez esse futuro pareça utópico. Mas, sonhar o futuro que queremos nos ajuda a buscar maneiras de concretizá-lo.


 #PraCegoVer #PraTodosVerem Audiodescrição: Foto vista de cima de uma pessoa de boné laranja segurando uma lupa sobre um gramado. A imagem tem uma moldura branca e fundo amarelo. No centro e parte inferior da moldura branca há o logo do FubáZINE.

Essa reflexão nos fez pensar sobre o papel que nós, educadoras e educadores ambientais, temos na construção desse novo mundo. Mesmo que as mudanças sejam lentas. Mesmo que o mundo que sonhamos não se torne completamente realidade. Nós podemos contribuir para que as mudanças sejam positivas.


Então, nos perguntamos: o papel da educação ambiental vai mudar depois da pandemia? Nós acreditamos que a base, os princípios e diretrizes permanecerão. Afinal, nós já temos pensado e buscado esse futuro melhor há tempos. Mas podemos pensar em alguns aspectos que precisam ser potencializados. Podemos também considerar novas ferramentas para nos ajudar a colocar em prática a educação ambiental que defendemos. Por isso, vamos compartilhar aqui algumas ideias nesse sentido.


Diálogo

 

O diálogo precisa ser cada mais mais incorporado em nossos projetos. Nesse novo mundo, precisamos nos abrir de verdade para as diferentes percepções sobre a realidade. E essas percepções precisam ser consideradas no planejamento e desenvolvimento das ações educativas. Não podemos mais nos dar ao luxo de não ouvir as pessoas que participam das nossas atividades e apenas apresentar as nossas próprias ideias. Buscar soluções em conjunto a partir das necessidades e interpretações de cada pessoa faz parte deste processo. Nós acreditamos que esse aspecto é fundamental para engajarmos a sociedade na conservação do meio ambiente no novo mundo que virá.


Colaboração

 

Durante a pandemia, temos presenciado muitos exemplos de solidariedade e colaboração. Nosso papel é continuarmos a incentivar essa postura depois que essa crise passar. Isso envolve refletir sobre aspectos éticos, desenvolver empatia e evitar a competição nos processos educativos. A educação ambiental tem um grande potencial para ajudar a sociedade a aprender a colaborar. Precisamos aproveitar essa oportunidade!

Inclusão

 

A valorização da diversidade e a inclusão fazem parte desse novo mundo que sonhamos. Então, chegou a hora de fortalecer a educação ambiental inclusiva. Precisamos buscar ferramentas para melhorar a acessibilidade em nossos projetos, seja para pessoas com deficiências, para pessoas idosas, pessoas que se comunicam em diferentes línguas ou com dificuldades de leitura e escrita... Ao fazer isso, traremos uma riqueza de experiências para nossas atividades que ampliará os aprendizados para todas os sujeitos envolvidos.


Novas tecnologias

 

Se há uma tendência que será intensificada depois do coronavírus será a revolução digital. As novas tecnologias têm chegado a comunidades e a locais que ainda estavam afastados desta transformação e isso deve continuar. Obviamente essa tendência traz grandes desafios relacionados à inclusão digital. E também traz preocupações sobre o distanciamento entre as pessoas (necessário nesse momento) e o afastamento das pessoas do meio ambiente. Apesar disso, como educadoras e educadores ambientais podemos identificar quais ferramentas podem ser aproveitadas de maneira positiva. Além disso, podemos inovar nossas práticas a partir dessa nova realidade.


Valorização da educação ambiental

 

Finalmente, para ajudar a construir um futuro mais sustentável, sem dúvidas a educação ambiental precisa ser mais valorizada. E nesse ponto, temos um papel de militância em relação ao reconhecimento da nossa atuação profissional seja pelos governos, seja por toda a sociedade. E temos também a responsabilidade de prezar pela qualidade das nossas ações educativas para que elas de fato gerem transformações positivas. O que nos ajudará a mostrar para as pessoas a importância do nosso trabalho.



E você, o que tem pensado sobre o futuro da educação ambiental no contexto em que estamos vivendo? Que tal compartilhar suas ideias com sua equipe ou com colegas da área? Esse diálogo será essencial para avançarmos o nosso campo e promover as transformações que tanto desejamos.

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