Todos os anos nós começamos o blog com uma proposta positiva para inspirar o início do seu e do nosso trabalho. Neste ano, porém, precisamos abordar um assunto bem sério.
O novo governo estreou com vários retrocessos nos temas socioambientais. Primeiro, veio a proposta de unir o Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. O que significaria entregar as questões ambientais a um setor que é responsável por grande parte dos problemas ambientais do nosso país. Diversos grupos e instituições se manifestaram e o governo voltou atrás. No entanto, áreas importantíssimas que estavam sob os cuidados do MMA foram transferidos para outros ministérios. Deixando-nos com a sensação de que manter o MMA foi uma estratégia para acalmar os ânimos de ambientalistas e até de ruralistas preocupados com as suas exportações (quem diria?!).
Com as mudanças dentro do MMA, a educação ambiental praticamente desapareceu. Educadoras e educadores de todo o Brasil se organizaram e elaboraram um manifesto que teve bastante repercussão. E esse assunto ainda está sendo debatido lá dentro do ministério.
Tivemos muitos ataques verbais, físicos e políticos contra as comunidades indígenas, contra órgãos ambientais, contra as políticas e iniciativas relacionadas às mudanças climáticas, isso sem contar as questões ligadas ao Ministério da Educação.
E como se fosse pouco, logo em seguida nos deparamos com um crime ambiental inaceitável: o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Um crime que poderia ser evitado.
Descobrimos que há um risco enorme de outros crimes como esse acontecerem se nada for feito em relação às outras barragens de rejeitos de minérios que temos no país. Novamente, grupos que atuam com educação ambiental se organizaram e se manifestaram sobre a impunidade em relação aos crimes ambientais no Brasil. E estamos aqui, todas e todos vigilantes para que culpados sejam responsabilizados de verdade e que novos crimes assim sejam evitados.
E pensar que estamos apenas começando o ano… Uma tristeza profunda inunda nossos corações e mentes diante de tudo isso… Dá até uma vontade de desistir… Você também sentiu daí? Nós sentimos.
Mas sabemos que não podemos parar. Cada vez mais o planeta precisa do nosso trabalho como educadoras e educadores, como ambientalistas. Por isso, 2019 será um ano de resistência.
Certamente vamos desanimar em algum momento. Ficaremos tristes. Ficaremos indignadas e indignados. E precisaremos transformar esses sentimentos em energia para continuar trabalhando. Às vezes, precisaremos parar. Respirar fundo. Acolher a dor. Assim re-encontraremos nossa força e resistiremos.
Por tudo isso, em 2019 precisaremos do nosso mundo interno conectado com as nossas ações externas. Que seja um ano de introspecção e força. De autorreflexão e ação estratégica. De coerência em nossas ações individuais e de participação política. De diálogo e de reivindicações.
Que 2019 seja um ano de luta e de paz.
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Que tal comentar o que te inspira a continuar na luta por um mundo mais justo?