... ainda não será suficiente!
Olá, tudo bem? Hoje vamos falar sobre a importância da ação coletiva na busca da sustentabilidade. Quem nunca disse "se cada um fizer a sua parte..." pelo menos uma vez na vida levanta a mão! É, parece que não tem nenhuma mãozinha levantada aí do outro lado.. acertamos? :-) É que essa ideia de cada pessoa fazer a sua parte é muito difundida entre nós, ambientalistas e pessoas querendo fazer um mundo melhor. Talvez porque a gente faça pelo menos um pouco da nossa parte.. e aí parece que o mundo não muda porque as outras pessoas não estão fazendo a parte delas.. Mas na verdade não é beeem assim. As ações individuais cotidianas, como por exemplo, separar o lixo reciclável, economizar água ou comprar alimentos orgânicos nem sempre são suficientes ou até viáveis. O que adianta eu separar o lixo reciclável se a prefeitura não providenciar a coleta seletiva? Que diferença faz alguns litros de água que eu economizo em casa, se 40% da água tratada é desperdiçada no encanamento de distribuição? Como eu posso comprar orgânicos se eu não tenho acesso na minha cidade? A partir desses exemplos, podemos perceber que, muitas vezes, apenas a ação individual, não é suficiente para lidar com a complexidade da questão ambiental. Algumas questões exigem a atuação nas causas estruturais dos problemas ambientais. Nós, como cidadãs e cidadãos podemos atuar nesse âmbito por meio da ação coletiva organizada. É na convivência que muitas vezes reconhecemos nossa força, nossa criatividade e nossos potenciais. Nesse post vamos mostrar um exemplo inspirador de um movimento coletivo em defesa de uma área de cerrado em São Carlos (SP) para mostrar porque é preciso ir além da "sua parte".
Desde 2007, estudantes, professoras(es) e outras pessoas interessadas na causa ambiental em São Carlos vêm trabalhando em defesa de um fragmento de cerrado que fica dentro da Universidade Federal de São Carlos. A universidade tem planos de expansão e, para isso, pretende desmatar uma área de cerrado. No início, a proposta era desmatar 46 hectares de cerrado. Atualmente, devido às pressões do Coletivo do Cerrado, a proposta é retirar aproximadamente 14% dessa área para a construção de uma estrada que permita o acesso aos novos prédios da universidade. Mas o grupo que defende o cerrado vê outras possibilidades de acesso que não exigem o desmatamento e que, portanto, seriam muito mais coerentes com a conservação ambiental. Neste momento o Coletivo está realizando uma campanha pedindo apoio por escrito de estudantes universitárias(os), profissionais da área ou instituições e também assinaturas em uma petição online de qualquer pessoa interessada na causa para apresentar ao juiz que deverá tomar uma decisão sobre o caso em breve. Nós, da Fubá, também defendemos a conservação integral do cerrado e já enviamos nossa mensagem de apoio. Nós acreditamos que não podemos mais aceitar o desmatamento de novas áreas, já que quase não existe mais cerrado no Estado de São Paulo. Além disso, acreditamos que a universidade deva ser exemplo de sustentabilidade e não o contrário. Se você quiser saber mais sobre esta causa e como pode apoiar, entre no site do Coletivo do Cerrado aqui e acesse o Facebook do grupo aqui.
Nós resolvemos contar essa história por aqui, mesmo que de forma bem resumida, não apenas para divulgar a causa, mas também para mostrar que o movimento coletivo faz diferença. Mesmo com muitas dificuldades, a contribuição de cada pessoa que participou do Coletivo do Cerrado manteve o cerrado de pé. Se não fosse a atuação deste grupo, certamente esse fragmento de cerrado não estaria mais lá. Isso sem contar o aprendizado de cada participante do movimento, que foi e continua sendo enorme. Então, nós queremos mostrar que "cada pessoa fazer a sua parte" é apenas uma parte das ações necessárias. E que participar de movimentos coletivos, embora seja uma ação desafiadora, traz resultados transformadores! :-) Você concorda com a gente? Discorda? Tem alguma outra história pra contar? Tem alguma causa que gostaria de defender? Manda pra cá, compartilha com a gente no Facebook, ou no nosso blog. Vamos trocar ideias e quem sabe iniciar um movimento coletivo pela sua causa!